Devido à pandemia, varejo em MG registra pior resultado desde o início de série histórica, há 20 anos

Setor de tecidos, vestuário e calçados foi a atividade que teve a maior queda: 60,6%.

Por causa da pandemia, as vendas do comércio varejista registraram tombo recorde de 16,8% em abril, na comparação com março, refletindo o fechamento de lojas por todo o país. É o pior resultado desde o início da série histórica, em janeiro de 2000, e a segunda queda consecutiva, acumulando uma perda de 18,6% no período da pandemia (março e abril).

Os dados foram divulgados pelo IBGE na terça-feira (16). Na comparação com abril do ano passado, a queda também foi de 16,8%. Já no comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos e material de construção, o volume de vendas caiu 17,5% em relação a março, e recuou 27% em relação a abril de 2019, queda recorde da série histórica iniciada em janeiro de 2004.

Foi a primeira vez que a pesquisa do varejo refletiu um mês inteiro sob o quadro de isolamento social e de restrições para o comércio, que começaram no país na segunda quinzena de março. Para os comerciantes foi um mês de ruptura, não apenas de redução de vendas. Economistas analisam que além do fechamento, foi o medo do desemprego e a falta de confiança no futuro que provocaram forte retração das vendas do varejo.

O setor de tecidos, vestuário e calçados foi a atividade que teve a maior queda: 60,6%. A empresária Ana Paula Mourão teve perda ainda maior. Disse que, por isso, vai fechar duas lojas e demitir cerca de 30% dos funcionários.

“Perda foi de 75% com as lojas fechadas. Foi o pior mês de todos”, relatou Ana Paula.

Livros, jornais e papelaria (43,4%), artigos de uso pessoal e doméstico (29,5%) vêm na sequência. Destaque negativo, também, para a queda nas vendas de móveis e eletrodomésticos: 20,3%.

Abril foi o primeiro mês inteiro com o comércio fechado por causa do isolamento social. O resultado foi uma queda de 16,8% nas vendas do varejo. Muitos comerciantes tentaram compensar as perdas vendendo pela internet, mas, não foi o suficiente.

Foi o maior recuo desde o ano 2000, quando o IBGE começou a fazer a pesquisa. Nos quatro primeiros meses deste ano, só fevereiro apresentou uma pequena alta. Mesmo setores considerados essenciais como supermercados (-11,8%) e farmácias (-17%) também sofreram queda.

Rony Resende, vice-presidente do Sincofarma MG — Foto: Reprodução / TV Globo

Rony Resende, vice-presidente do Sincofarma MG — Foto: Reprodução / TV Globo

De acordo com o vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Minas Gerais (Sincofarma MG), proprietários de farmácias fizeram estoque em março e em abril. Novas compras, somente o necessário.

Para a economista Ana Paula Bastos, da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), mesmo com a reabertura gradual do comércio em várias cidades do país, o cenário continuará ruim até o fim do ano, com queda nacional de 6,8%.

Supermercados em queda

Nos ramos de supermercados e artigos farmacêuticos – atividades consideradas essenciais e que tinham registrado alta em março – houve queda de 11,8% e de 17%, respectivamente, em abril.

O maior tombo foi no ramo de tecidos, vestuário e calçados (-60,6%), seguido de livros, jornais, revistas e papelaria (-43,4%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-29,5%), que inclui lojas de departamentos, óticas e artigos esportivos. Destaque também para a queda nas vendas de móveis e eletrodomésticos (-20,3%).

Fonte: G1 e Jornal da Globo


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