Será que o Brasil tem jeito? Onde iremos parar? O que fazer para sair deste buraco em que nos metemos?
Para responder a essas inquietações sobre o futuro do Brasil é preciso ter uma visão global da realidade do mundo de hoje para verificarmos quais são nossas vantagens comparativas que temos ou deixamos de ter.
Por outro lado é preciso não confundir os termos Nação, Pátria, Estado e Governo. Quando não entendemos a diferença entre esses conceitos temos a tendência ingênua de reduzir tudo a Governo que é transitório.
Quando falamos do Brasil na Semana da Pátria, não estamos falando do governo e dos governantes e sim da Nação, do Estado, essas sim, entidades permanentes e não transitórias formadas por um povo, que é o conjunto de pessoas que formam a Nação Brasileira.
Ser “patriota” não é ser ou não “governista”. Reduzir a discussão da Semana da Pátria aos atos deste ou daquele governo é, portanto, confundir conceitos.
Tenho contatos constantes com investidores, professores, pesquisadores e consultores estrangeiros, de todo o mundo. Todos são unânimes em descrever as enormes vantagens comparativas do Brasil em relação às demais nações do mundo contemporâneo.
É importante ressaltar o termo vantagens comparativas que faço questão de sublinhar para que não pensem os leitores que penso ser o Brasil um paraíso terrestre, mas ao compararmos nossas vantagens e mesmo nossa realidade, não há como não identificar uma série de vantagens comparativas que o mundo inteiro aponta, tais como:
(a) Temos um estoque genético riquíssimo que estimula a adaptação e a tolerância. Temos a maior população de italianos fora da Itália; de alemães fora da Alemanha; de japoneses fora do Japão. Temos mais libaneses no Brasil do que no Líbano. Num mundo de guerras étnicas e religiosas isso é uma grande vantagem;
(b) Não temos problemas étnicos ou religiosos sensíveis;
(c) Não temos problemas de fronteira;
(d) Falamos um único idioma;
(e) Somos a terceira ou quarta maior democracia do mundo, com poderes autônomos e independentes;
(f) Temos um setor do agronegócio capacitado para alimentar o mundo;
(g) Num mundo carente de água, temos em nosso território os dois maiores aquíferos do mundo. O maior deles – Alter do Chão – tem água subterrânea capaz de alimentar o mundo por 250 anos!
(h) O “jeitinho brasileiro” que tanto criticamos vem sendo apontado como uma barreira de entrada essencial contra qualquer fundamentalismo, seja de esquerda, direita ou religioso;
(i) Temos um mar territorial com 8.000 km de costa capaz de alimentar milhões de pessoas;
(j) Temos um dos melhores sistemas bancários do mundo; um dos mais robustos sistemas de seguros; uma forte estrutura de bolsa de valores; etc., etc..
(k) Isso tudo sem falar da exuberante natureza e da ausência de grandes cataclismos como vulcões, terremotos de grande escala, etc.;
Esta lista (que me foi fornecida por investidores internacionais e brasilianistas estrangeiros) por certo não finda aqui.
Muitos me perguntarão, (como tenho perguntado a esses estrangeiros que me falam das vantagens): E a violência? E a corrupção? E a pobreza? E os problemas na saúde e na educação?
A resposta que me dão é pedir que eu indique um país emergente no mundo de hoje, do tamanho e das oportunidades do Brasil, que não tenha violência, corrupção, mazelas e problemas tão sérios como os nossos. Os nossos maiores concorrentes hoje são Índia, Indonésia, Turquia e alguns adicionam Filipinas e até Vietname. Basta ler os jornais locais desses países para ver que nossos problemas não são únicos, nem maiores que os desses nossos competidores. E deles todos somos o único país Ocidental .
Esta é a Nação, o Estado, a Pátria que temos que comemorar. Se não estamos satisfeitos com nossos governos, que aprendamos a votar em melhores representantes. Esse é o único caminho numa democracia constitucional consolidada.
Pense nisso. Comemore o Brasil!
Autor: Luiz Marins