Até o dia 17 de julho, 444 casos foram confirmados de sarampo no Amazonas e 216 em Roraima. Todos estão relacionados à importação
O Ministério da Saúde atualizou nesta quarta-feira (18) as informações repassadas pelas secretarias estaduais de saúde sobre a situação do sarampo no país. Atualmente, o país enfrenta dois surtos de sarampo, em Roraima e Amazonas. No entanto, os surtos estão relacionados à importação. Isso ficou comprovado pelo genótipo do vírus (D8) que foi identificado, que é o mesmo que circula na Venezuela. Até o dia 17 de julho, foram confirmados 444 casos de sarampo no Amazonas, 2.529 permanecem em investigação e 147 foram descartados. O estado de Roraima confirmou 216 casos da doença, 160 continuam em investigação e 38 foram descartados.
Além disso, alguns casos isolados e relacionados à importação foram identificados nos estados de São Paulo (1), Rio Grande do Sul (8); e Rondônia (1). Até o momento, o Rio de Janeiro informou ao Ministério da Saúde, oficialmente, 7 casos confirmados. O Ministério da Saúde permanece acompanhando a situação e prestando o apoio necessário ao Estado. Cabe esclarecer que as medidas de bloqueio de vacinação, mesmo em casos suspeitos, estão sendo realizadas em todos os estados.
Eliminação do sarampo
Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo, e atualmente empreende esforços para manter o certificado, interromper a transmissão dos surtos e impedir que se estabeleça a transmissão sustentada. Para ser considerada transmissão sustentada, seria preciso a ocorrência do mesmo surto por mais de 12 meses.
Entre 2013 e 2015, ocorreram surtos decorrentes de pacientes vindos de outros países, sendo registrados neste período 1.310 casos da doença. O maior número de casos foi registrado nos estados de Pernambuco e Ceará.
Nos surtos de sarampo ocorridos no Ceará e em Pernambuco entre 2013 e 2015, as ações de bloqueio e campanha de vacinação foram realizadas pelo Ministério da Saúde – em conjunto com os estados e municípios – foram eficientes e resultaram na interrupção da transmissão da doença. Em 2017, casos de sarampo em venezuelanos que adentraram no estado de Roraima foram confirmados, ocasionando um surto da doença no estado, com ampliação de casos da doença para Manaus em 2018. O Ministério da Saúde permanece monitorando a situação do sarampo em todo o país, especialmente em Roraima e no Amazonas, e as medidas de controle e prevenção já estão sendo realizadas.
Esquema vacinal
O Ministério da Saúde oferta gratuitamente para todos os estados do país as vacinas tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) e a tetra viral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela). As vacinas fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação e estão disponíveis ao longo de todo o ano nos postos de saúde em todo o país.
É importante ressaltar que não há necessidade de corrida aos postos de saúde, já que as ações para controle do surto da doença, como bloqueio vacinal, nas localidades acometidas por casos de sarampo estão sendo realizadas com rigor. Neste momento, o Ministério da Saúde está intensificando a vacinação das crianças, público mais suscetível à doença. Entretanto, adultos não vacinados devem receber a vacina prioritariamente em locais onde há surto da doença, como em Roraima e Manaus (AM). Pessoas que já completaram o esquema, conforme preconizado para sua faixa etária, não precisam novamente receber a vacina.
Crianças:
- 12 meses a menores de 5 anos de idade: uma dose aos 12 meses (tríplice viral) e outra aos 15 meses de idade (tetra viral).
- 5 anos a 9 anos de idade que perderam a oportunidade de serem vacinadas anteriormente: duas doses da vacina tríplice com intervalo de 30 dias entre as doses.
Campanha nacional de vacinação
Será realizada entre 6 e 31 de agosto, sendo o dia D no sábado, 18 de agosto. O público-alvo desta estratégia são as crianças de 1 ano a menores de 5 anos. Os detalhes serão divulgados em coletiva de imprensa, mais próximo à data do lançamento da campanha.
Ações contra o sarampo
Desde fevereiro, o Ministério Saúde tem mantido equipes técnicas nos estados do Amazonas e Roraima para apoiar, acompanhar as ações e prestar orientação no enfrentamento da situação. A pasta tem qualificado profissionais de saúde com o objetivo de possibilitar a identificação de sinais e sintomas que definem um caso suspeito de sarampo, além da adoção de outras ações de vigilância epidemiológica de forma oportuna.
Além disso, o Ministério da Saúde apoiou os gestores locais dos dois estados na revisão de prontuários e fichas de atendimento, com o intuito de encontrar casos de sarampo que não tenham sido identificados oportunamente e descartar casos suspeitos que não se encaixem na definição de caso. Também foi realizada intensificação vacinal nos estrangeiros presentes no posto da Polícia Federal, em Roraima.
Foi elaborado, ainda, um plano de fortalecimento da vigilância epidemiológica do sarampo no estado do Amazonas, considerando eixos prioritários de atuação: municípios com mais de 75 mil habitantes, Região Metropolitana de Manaus, Municípios Sede de DSEI, Municípios de fronteira com outros países, Municípios Polo e Comunicação. Para o enfrentamento da situação do sarampo no estado do Amazonas, estão em andamento o bloqueio vacinal, a intensificação vacinal, a varredura (vacinação casa a casa), assim como estratégias de isolamento de casos suspeitos/confirmados durante o período de transmissibilidade.
Cobertura vacinal
A meta de vacinação contra o sarampo é de 95%. Em 2017, dados preliminares apontam que a cobertura no Brasil foi de 85,21% na primeira dose (tríplice viral) e de 69,95% na segunda dose (tetra viral).
Fonte: Ministério da Saúde