A chamada “gig economy” – (pronuncia-se guig – como em guia), se refere a empregos temporários, geralmente de curta duração e sem vínculo empregatício formal com o empregador. O termo “gig” surgiu como sinônimo de show para bandas – “a banda fará um gig no bar do hotel” — para descrever um evento descompromissado, remunerado na forma de um cachê. Assim o termo descreve trabalhos pontuais, realizados sem compromisso para o contratante, além da remuneração acordada entre as partes.
O termo se refere, principalmente, a trabalhos vinculados a um aplicativo – como Uber, iFood, Airbnb e tantos outros hoje existentes no mundo todo. No Brasil, o termo vem sendo usado como trabalhador “freelance” como as diaristas e faxineiras, os bombeiros e encanadores e outros profissionais que fazem serviços domésticos sob demanda, garçons eventuais em festas, casa- mentos, entregadores de pizza, etc.
Trabalhadores “gig” normalmente são pagos por tarefa concluída ao invés de ganhar um salário, como funcionários. Uber, Handy, Upwork e PeoplePerHour estão entre as milhares de plataformas em todo o mundo que oferecem essas oportunidades. Todos os tipos de serviços estão em oferta, desde montar uma apresentação em PowerPoint até fazer uma faxina em uma casa. E essa tendência de trabalho (não se pode chamar de “emprego”) está crescendo no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Estima-se que em 2020 40% dos trabalhadores americanos estarão atuando dentro da “gig economy”.
E a mudança será cada vez mais rápida. O IBGE publicou em 30/10/2018 os dados sobre emprego no Brasil no trimestre abril/junho/2018 e mostrou que foram criados 1.384.000 empregos dos quais 90% fazem parte do que podemos chamar “gig economy” ou similar – na nomenclatura do IBGE “trabalhadores por conta própria” e “sem carteira assinada”.
As opiniões diferem sobre se isso é bom ou ruim. Os favoráveis apontam para a flexibilidade do “gigging”, que pode ser particularmente útil para pessoas com crianças e para pessoas com deficiência ou idosos. Outros temem que a economia gig termine com o emprego estável e decentemente pago para pessoas, principalmente as menos qualificadas que ficarão à margem dos benefícios trabalhistas tradicionais.
A verdade é que as relações de emprego estão mudando aceleradamente no mundo todo. Grande parte dos mais jovens preferem uma renda maior e maior liberdade a um emprego seguro e permanente.
As discussões e controvérsias são grandes e serão ainda maiores à medida que a tecnologia e a competição mundial se acelerarem.
Pense nisso. Sucesso!
PENSE NISSO:
• No Brasil, o custo de um empregado formal ultrapassa a 100% de seu salário para o empregador, computados todos os benefícios legais, segundo o Prof. José Pastore (USP) um dos maiores especialistas em emprego do Brasil;
• Desonerar o emprego para aumentar a renda do trabalhador tem sido uma tendência mundial;
• Os estudos mundiais mostram que caberá a cada trabalhador, com maior renda, fazer suas opções de previdência e seguro saúde, regulados pelos governos para evitar o abuso do poder econômico;
• Cada vez mais trabalhos temporários, com grande liberdade e sem vínculo empregatício serão a forma prevalente de emprego;
• As pessoas terão que ser mais bem formadas e ter alguma habilidade especial que interesse ao mercado para que possam sobreviver.
Por Luiz Marins